As investigações sobre intoxicações por metanol em São Paulo apontam que diferentes tipos de bebidas alcoólicas foram adulterados com a substância. Reportagem do Fantástico deste domingo (28) mostrou casos recentes envolvendo o consumo de gin, uísque e vodca, comprados tanto em bares quanto adegas da cidade.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a ingestão ocorreu em ambientes comuns de consumo de álcool, e não em situações de uso clandestino. As notas emitidas pela pasta servem como alerta para os serviços de saúde: médicos devem considerar a hipótese de contaminação por metanol em atendimentos de pacientes com sintomas graves após beber. (Veja notas completas no final do texto.)
A recomendação é urgente também para bares e estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no estado e regiões próximas, com reforço da vigilância sobre a procedência dos produtos.
“Tá tudo rodando, parece que tô com a pressão baixa, sei lá”, relatou em áudio antes de entrar em coma.
Outra vítima, Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após tomar três caipirinhas preparadas com vodca em um bar.
Até agora, a Secretaria Estadual da Saúde confirma pelo menos 16 casos em investigação, seis deles já confirmados, e três mortes: a de um homem de 38 anos em São Bernardo do Campo, outro de 54 anos na capital e um terceiro óbito, de um homem de 50 anos.
Segundo especialistas, os sintomas da intoxicação por metanol podem se confundir com os de uma ressaca comum, mas evoluem de forma rápida e agressiva, podendo causar convulsões, coma e falência múltipla de órgãos.
Atendimento rápido é essencial
Especialistas reforçam que a busca por atendimento rápido é essencial. O oftalmologista Fábio Ejzenbaum, da Santa Casa de São Paulo, explica que sintomas como alterações visuais, mal-estar persistente por mais de 12 horas e convulsões são sinais de alerta.
Os sintomas ainda podem incluir ataxia, sedação, desinibição, dor abdominal, náuseas, vômitos, dor de cabeça, taquicardia, convulsões e visão turva, principalmente após ingestão de bebidas de procedência desconhecida.
Em caso de suspeita, é fundamental buscar atendimento médico de emergência. A população pode localizar o serviço mais próximo pela plataforma estadual de saúde.